top of page

REPOSITÓRIO DE IDEIAS
Espaço dedicado à circulação de pesquisas e matérias relacionadas ao meio ambiente. Envie suas sugestões

Milena de Moura Régis, Doutoranda, Universidade de São Paulo - USP, Brasil
Pedro Luiz Côrtes, Professor Doutor, Universidade de São Paulo - USP, Brasil
Publicado em janeiro de 2023 nos ANAIS do I Simpósio Brasileiro de Águas Urbanas (Edição especial do Scientific Journal ANAP - Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista,
Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da UNESP - Câmpus de Botucatu e o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Brasil).
Pode ser acessado (em PDF) em
https://publicacoes.amigosdanatureza.org.br/index.php/anap/issue/view/297

Informações Relevantes:
1) Os parques urbanos ocupam a agenda política da anterior e da atual/reeleita gestão do município de São Paulo.
2) O Plano de Governo de 2020 (DIRETRIZES DO PLANO DE GOVERNO, 2020), deixa claro que a qualidade ambiental e a infraestrutura verde não é percebida como um serviço essencial para a Cidade.
3) Concessões e parcerias como o setor privado são vistos pelas gestões anterior e atual como
prioridades.
4) Nesse contexto, a participação popular e democrática da população é essencial para evitar a criação de espaços excludentes.
5) É necessário considerar, segundo Rodrigues e Abrucio (2019), que “a insuficiência do Estado não deve ser utilizada como o principal argumento para a defesa das concessões”. Pois, além de limitar intervenções do Estado, a proposta neoliberal de concessões dos serviços ebens públicos levam a um aumento de tarifas, redução de postos de trabalho e comprometimento da qualidade dos serviços prestados. Na gestão de parques urbanos, de acordo com Rodrigues e Abrucio (2019), as concessões criam uma situação de dependência que compromete as
funções públicas desses fragmentos florestais.
6) - Ibes (2015) ressaltou que os parques urbanos são frequentemente subestimados, mas esses espaços são agentes de mudança e têm potencial para transformar as cidades em locais mais justos, sustentáveis e habitáveis. Uma vez que, os parques oferecem benefícios para o bem-estar físico, psicológico e social dos cidadãos urbanos, por isso, as políticas públicas
devem considerar os aspectos socioambientais para melhorar o uso dessas áreas verdes
(MOORE et al., 2010)

Resumo:
Os parques urbanos desempenharem diferentes e importantes funções nas cidades, proporcionando inúmeros benefícios ambientais e melhorando a qualidade de vida da 
população citadina. Os estudos que abordam o valor dos parques urbanos, bem como,
discutem a relevância do planejamento municipal e de políticas públicas voltadas à construção
de cidades ambientalmente saudáveis são essenciais. Tais aspectos justificam o desenvolvimento deste estudo, que teve por objetivo identificar se os parques urbanos fazem parte da agenda política da anterior e da atual gestão do Município de São Paulo/SP. Para o
desenvolvimento do referencial teórico deste estudo foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados ProQuest, Scielo, Scopus, nas quais buscou-se artigos publicados entre 2010 e 2020. Para identificar se os parques urbanos fazem parte da agenda política da anterior e da atual gestão do Município de São Paulo/SP, foi realizada uma pesquisa documental, para isso,
foram consultados o Plano de Governo e as Diretrizes do Plano de Governo da atual/reeleita gestão da cidade de São Paulo. Os dados revelaram a importância dos parques urbanos para a manutenção da qualidade ambiental nas áreas urbanas e para qualidade de vida da população que reside e transita pelas cidades. Bem como, evidenciou que os parques urbanos integram a
agenda política da anterior e da atual/reeleita gestão do município de São Paulo. Sendo assim,
os parques urbanos estão entre os temas aos quais a gestão municipal tem dedicado sua atenção e vem desenvolvendo um conjunto de alternativas de ação para manutenção dos
parques.

(Bani Szeremeta e Paulo Henrique Trombetta Zannin, ambos da UFPR Curitiba)


Informações relevantes:
1. Barton e Pretty(2010) determinaram, por meio de um estudo de meta-análise, que apenas a “dose” de cinco minutos de exercício em áreas naturais (“exercício verde”) é suficiente para trazer melhorias em indicadores da saúde mental (humor e autoestima), sugerindo benefícios imediatos.

2. Hansmann et al.(2007) analisaram, a partir de inquéritos, mudanças de curto prazo no bem estar subjetivo e na percepção dos níveis de estresse agudo relacionados a uma única experiência de visita em dois espaços verdes diferentes, um parque e uma floresta. Não constataram diferenças estatísticas nos efeitos de reparação entre os ambientes estudados. Mas, observaram que
o estresse agudo de diferentes amplitudes pode ser efetivamente reduzido visitando estas áreas. O exercício de maior intensidade (vigoroso) foi associado com uma maior redução do estresse e aumento da sensação de bem estar (“equilíbrio mental”) em comparação as demais atividades analisadas (caminhada, relaxar, observar a natureza).
3. É necessário que os parques apresentem uma infra-estrutura apropriada, programação de atividades, ambientes agradáveis e salubres, e facilidade de acesso (entre outros fatores positivos), para que com isto as pessoas se sintam atraídas e motivadas a frequentá-los (FISHER et al., 2004; PRETTY et al., 2005; DAWSON et al.,2007; KAMPHUIS et al., 2007, COHEN et al., 2007; CASSOU
2009, COHEN et al., 2010).
4. Fica evidente que a condição ambiental é um importante indicador de qualidade de vida pelo fato de poder influenciar um comportamento fisicamente ativo (SALLIS et al.,1997; KAHN et al., 2002; OWEN et al., 2004; BEDIMO-RUNG et al., 2005; GODBEY et al., 2005; HOEHNER et al., 2005; GILES-CORTI et al., 2005; SALLIS et al., 2006; KACZYNSKI;HENDERSON,2007; MOWEN
et al., 2008; CASSOU, 2009).

 

Resumo:
Os parques urbanos são áreas verdes que podem trazer qualidade de vida para a população. Pois proporcionam contato com a natureza e suas estruturas e qualidade ambiental, quando adequadas e atrativas, são determinantes para a realização de atividade física e o lazer. Estas atividades trazem diferentes benefícios psicológicos, sociais e físicos a saúde dos indivíduos, como, por exemplo, a redução do sedentarismo e amenizar o estresse do cotidiano urbano. Assim, o planejamento correto e a conservação de parques públicos se revelam como significativa estratégia para uma política efetiva do projeto urbano e da saúde pública. O objetivo deste artigo, por meio de uma revisão não sistemática, foi identificar os fatores sociais e ambientais dos parques que os tornam mais atrativos para a atividade física. Constatou-se que a beleza da paisagem e a proximidade de um parque, ao local de moradia dos usuários, são os principais fatores que incentivam uma utilização frequente para a atividade física e o lazer.

Regina Heloisa Maciel, José Clerton de Oliveira Martins, Fernando Hugo Portela Pimentel (todos da Universidade de Fortaleza - UNIFOR) e Adriana de Alencar Gomes Pinheiro (Faculdade de Tecnologia Intensiva– FATECI). Publicado na Psicologia Revista, São Paulo (PUC-SP), volume 24, n.2, 311-326, 2015. Acesso em https://revistas.pucsp.br/index.php/psicorevista/article/view/27803 


Informações relevantes:

- A experiência do ócio é capaz de transformar o indivíduo que esgotou-se pelo trabalho e de prevenir a Sindrome de Burnout;

- O ócio propicia o crescimento pessoal, a auto-expressão e a estruturação da identidade, por meio de um processo de aprendizagem natural e de escuta mais apurada de si e do outro, o que possibilitaria ao  indivíduo a postura de protagonista de sua existência.


Resumo:

O presente artigo tem como objetivo pensar na experiência de ócio como uma possibilidade de ação preventiva e/ou curativa para os indivíduos acometidos pela síndrome de burnout. Esta reflexão parte de uma compreensão baseada no contexto contemporâneo, marcado pelo signo da pressa, da imediatez e da cultura do consumo, onde se manifesta o burnout, considerado como um dos novos modos de subjetivação na realidade hipermoderna. Partindo do questionamento sobre a experiência do ócio como possibilidade para prevenir ou amenizar os efeitos da síndrome de burnout, procura-se argumentar a partir de evidências trazidas por autores e estudiosos sobre os benefícios do ócio.

(Dulce Ferreira de Moraes, da FAU Mackenzie, em artigo publicado na Revista Nacional de Gerenciamento de
Cidades, v. 08, n. 54, 2020)


Informações relevantes:
1. A avenida Paulista aberta aos domingos e o Parque Trianon são espaços livres públicos que não possuem ações articuladas e conectadas, com visão sustentável e biofílica no contexto territorial. A fata de articulação entre suas dinâmicas compromete a preservação ecológica desse território e o alcance da sustentabilidade urbana.
2. Maior proteção à biodiversidade é verificada no Parque devido ao cumprimento de regulamento, inclusive de proteção ao patrimônio histórico, e a ação fiscalizatória exercida pela sociedade civil, por intermédio do Conselho Gestor dos Parques. A mesma situação não é verificada na avenida nos domingos de Paulista Aberta. Falta de segurança, atos ilícitos e degradação ambiental foram reportados e atribuídos à função da falta de fiscalização por parte do poder público e conscientização ambiental da população.
3. A elaboração de políticas e iniciativas que estimulem o uso dos espaços públicos de modo consciente e sustentável, criando o senso do lugar, afinidade com a natureza e promovendo educação ambiental, podem potencializar a vitalidade urbana de um espaço público, trazer ganhos econômicos, sociais e ambientais para a região, além de impactar na qualidade de vida da população.


Resumo:
O presente artigo traz reflexões sobre a relevância de iniciativas, promovidas pelo governo e pela sociedade civil, voltadas a estimular o contato com a natureza e a preservação de áreas verdes no meio urbano. A pesquisa analisa a contribuição dos espaços livres de uso público no cumprimento de critérios de planejamento urbano ecológico e sustentável e avalia duas tipologias desses espaços na Avenida Paulista: a via (como espaço de lazer aos domingos) e
o parque urbano Tenente Siqueira Campos/Trianon (a maior área verde localizada na avenida). O território delimitado para estudo é a Avenida Paulista, uma centralidade urbana importante e simbólica da cidade de São Paulo, por seu contexto cultural, histórico, turístico, social e econômico. A base teórica subjacente à análise é a interface conceitual das abordagens urbanísticas: Cidades Sustentáveis, Cidades Biofílicas e Cidades para Pessoas. A pesquisa revela que a presença de vegetação na paisagem urbana e o enfoque das atividades e eventos desenvolvidos em espaços públicos afeta o nível de envolvimento da sociedade com as áreas verdes urbanas e a preservação ambiental. Nesse sentido, verifica-se que os aspectos biofílicos (afiliação do homem com a natureza) em espaços públicos constituem fatores para o alcance da sustentabilidade urbana que merecem ser observados nas políticas públicas e no planejamento urbano das cidades que almejam ser sustentáveis.

(Patrícia Soares Rezende, Josimar dos Reis de Souza, Gustavo Oliveira Silva, Renata Ribeiro Ramos, Douglas Gomes dos Santos, todos da UFU)


Informações relevantes:
1. Entre os diversos benefícios das áreas verdes, pode-se destacar a recuperação ou manutenção das condições microclimáticasconfortáveis à população urbana,minimização das condições atmosféricas críticas (poluiçãodo ar), ação acústica e visual,benefícios sociais e econômicos, como: satisfação e usuários delogradouros em áreas verdes, desenvolvimento de senso conservacionista, atrativosao turismo,recuperação e manutenção dos recursos hídricos; manutenção de espécies de fauna e flora, entre outros (TRINDADE,
1995; BENAKOUCHE, 1994; JIN, 1987).


Resumo:
No atual momento a relação cidade-natureza se encontra cada vez mais problemática, devido à expansão dos espaços urbanos sem planejamentos em que se criam contradições entre as questões socioambientais e os interesses políticos e econômicos. Uma das formas de amenizar os impactos ambientais decorrentes da intensa intervenção antrópica sobre o meio natural é a implantação e preservação das áreas verdes visando a melhoria da qualidade de vida. Estes espaços devem ser públicos e geridos para cumprir seu real papel. Entre os diferentes tipos de áreas verdes podem-se destacar os parques urbanos. O presente trabalho tem como objetivo analisar a importância desses parques para as cidades e para a própria natureza utilizando como exemplo o Parque Municipal Victório Siquierolli, localizado em Uberlândia - MG. A partir das pesquisas teóricas e levantamentos a campo foi possível traçar conceitos fundamentais da temática como também levantas os pontos positivos e negativos existentes no parque, a fim de propor medidas de recuperação, restauração e preservação. Foram realizadas coletas dos pontos com GPS para a produção de mapas e também levantamento fotográfico. Nota-se que os parques urbanos são espaços que permitem e proporcionam lazer, As pesquisas, educação ambiental, conforto, distração, saúde, interação homem-meio, cumprindo assim um papel fundamental na harmonização do espaço e da paisagem urbana.

Deize Sbarai Sanches Ximenes, Gérsica Moraes Nogueira da Silva, Ivan Carlos Maglio, Júlio Barboza Chiquetto, Luís Fernando Amato-Lourenco, Maria da Penha Vasconcellos, Pedro Roberto Jacobi, Sonia Maria Viggiani Coutinho, Vivian Aparecida Blaso Souza Soares César, do Instituto de Estudos Avançados - USP- e LABVERDE (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU- da Universidade de São Paulo - USP). Publicado na Revista LABVERDE. FAUUSP. São Paulo, v. 10, n. 01, e172291, 2020.


Informações relevantes:
1. Se não forem consideradas no diagnóstico da pandemia as desigualdades e a exclusão social e territorial sistêmica, e que tornam certos lugares e populações mais vulneráveis, corre-se o risco de culpabilizar a cidade como a “inimiga”.
2. Segundo o Plano Municipal de Conservação e Restauração da Mata Atlântica (PMMA, SÃO PAULO, 2017), cerca de 30 % da área do município de São Paulo ainda estão cobertas pelo bioma composto de pequenos fragmentos de Mata Atlântica isolados e trechos em margens de corpos d’água que ainda possuem funções naturais e são capazes de oferecer oportunidades de melhoramento ambiental de todo o conjunto urbano da cidade. É um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo e um dos mais ameaçados.
3. Embora seja reconhecida a importância da cobertura vegetal para as cidades, principalmente para os grandes centros urbanos, não há engajamento ou comprometimento suficientes para deter a degradação ambiental urbana em curso ou tentar reverter seus efeitos prejudiciais à saúde humana, em primeiro lugar (TEEB, 2011).
4. Sobrepondo os mapas de Unidades de Conservação Estaduais e Municipais e do Índice de áreas verdes públicas por habitante, percebe-se a necessidade de um aumento expressivo na produção de áreas verdes e parques urbanos no município, uma vez que, como visto anteriormente, as maiores massas verdes se concentram nos extremos norte e sul da cidade.
5.  Os deslocamentos na cidade durante e pós-pandemia para o acesso aos espaços públicos, praças e parques deverá ser reconfigurado, e novas propostas deverão ser implantadas tais como a abertura de ruas para os pedestres nos finais de semana e o incentivo à criação de ciclovias e novas rotas para os ciclistas de forma segura e inclusiva.
6.  Tudo indica que será necessário reconstruir as lógicas de funcionamento das cidades  atuais  visando políticas  e  diretrizes  para  alcançarmos  cidades conviviais, seguras e sustentáveis que integrem: normas e valores comportamentais priorizando a reorganização dos espaços públicos e semi-públicos integrados à infraestrutura verde, reforçando e dinamizando a rede hídrica e ambiental proposta no Plano Diretor Estratégico de 2014.


RESUMO
As  cidades  estão  sofrendo  profundas  transformações  no  campo  da  saúde, cultura, relações sociais, e principalmente na vida urbana, provocando inúmeras reflexões e questionamentos ao modelo de cidade que poderá ser desfrutada pós-pandemia da COVID-19, destacando a importância e o papel dos espaços públicos e das áreas verdes em períodos excepcionais como no caso da pandemia e para o futuro da vida urbana. Diante da atual situação, este artigo tem por objetivo recomendar diretrizes de convivência e de uso adequado para as áreas verdes e espaços públicos, compatíveis com as exigências da saúde pública para o período da pandemia, até que se tenha uma vacina eficiente, e ao mesmo tempo, colaborar com diretrizes para uma qualidade de vida urbana com maior valorização das áreas verdes, vencida a pandemia. Esse estudo foi baseado na Pesquisa Emoções Momentâneas: Comportamentos e Hábitos Cotidianos Pós-Pandemia (XIMENES et al., 2020), nas revisões de literatura técnica e científica, nas análises das informações disponíveis e no mapeamento das áreas verdes do município de São Paulo. A ressignificação das cidades pós-pandemia deverá abordar a implementação de novas políticas públicas, e meios de apropriação e convivência dos espaços públicos, parques e áreas verdes da cidade de São Paulo, tornando-os mais humanizados, seguros e inclusivos; trabalhando estratégias integradas ao desenvolvimento urbano sustentável na retomada das atividades de lazer, cultura, gastronomia e entretenimento. 
Como localizar:

  • Facebook
  • YouTube
  • Instagram
bottom of page